Na sua intervenção, Carlos Mesquita falou das vantagens competitivas em relação aos países da região, bem como das oportunidades de negócio que Moçambique oferece, que podem interessar o sector privado japonês.
"Nós privilegiamos o sector privado porque sabemos o que ele representa para o desenvolvimento do nosso país. Por isso, posso dizer que vieram no momento certo. Gostaríamos de ver mais empresas japonesas a iniciar ou dar continuidade aos negócios no nosso país. Sei que há algumas empresas ligadas ao sector de petróleo e gás, mas queremos outras em áreas transversais do nosso desenvolvimento", disse o governante.
Carlos Mesquita referiu-se, também, à necessidade de construção de infraestruturas de retenção e gestão de recursos hídricos, dado o facto de o país sofrer ciclicamente com cheias e inundações durante a época chuvosa pois, "se olharmos para a posição geográfica, Moçambique tem o mar e o hinterland. Então, a tendência das águas é saírem de montante e passar por Moçambique em direcção ao mar, por isso, precisamos de ter infrastructuras para fazer a retenção e gestão dessas águas porque o recurso hídrico é fundamental para o desenvolvimento".
Assim, segundo o ministro, o país precisa de construir mais barragens uma vez que as actuais só conseguem reter 21% dos escoamentos médios anuais de água. "Temos essas barragens bem identificadas no mapa, e servirão para irrigação agrícola, piscicultura, turismo, indústrias e geração de energia para fazer face ao défice que se regista na região".
Outro sector a que ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos se referiu é o das estradas, que, para além de satisfazerem as necessidades internas de ligação, têm a vantagem de servir aos países do hinterland, que usam os diversos corredores de transporte para chegarem aos portos nacionais.
Num outro desenvolvimento, o ministro apontou a área da habitação como apetecível para o investimento privado, em particular o japonês, olhando para o facto de a população moçambicana ser constituída, na sua maioria, por jovens.
"Existe um potencial mercado para a construção de vários tipos de casas. Temos diversos projectos, podemos partilhar. Pode-se investir nessas casas e depois vendermos para essa população que precisa de habitação".
Por seu turno, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros do Japão, Kenji Yamada, reiterou a disponibilidade do seu país em cooperar com Moçambique em diversas áreas, com particular realce para as de interesse comum.
"Moçambique e Japão têm muito em comum. Tal como vocês, nós também sofremos com desastres naturais, e superamos. Nesta área podemos cooperar. Moçambique tem uma das maiores reservas de Gás Natural Liquefeito (GNL), recursos minerais e energéticos, vantagens geográficas, e muito mais. Por isso, gostaríamos que aproveitassem os pontos fortes das empresas japonesas para tirarem melhor proveito dos recursos de que dispõem".
Fonte: MOPHRH