Os trabalhos consistem na limpeza do ponto de captação da água e na descarga de sedimentos, resíduos, lamas e outros elementos que estão por detrás da turvação, o que cria dificuldades no tratamento do precioso líquido ao nível daquela estação que abastece as cidades de Maputo e Matola, bem como a vila autárquica de Boane.
De acordo com o Vogal para a Área Técnica, José Barata, numa situação normal, em que a água é captada em condições, não há necessidade de efectuar muitas descargas. “Em média, fazemos uma ou duas por dia, mas agora, devido à turvação, estamos a falar de duas vezes por hora, o que reduz o volume de água fornecida aos clientes”.
“Ficámos quase seis anos sem chuvas regulares, o que nos levou, nos últimos anos, a fornecer água com restrições. Nos últimos quatro anos o volume de água que cai é baixo, mas este ano, felizmente, estamos a registar chuvas um pouco acima do normal, o que tem implicações no leito do rio Umbelúzi”, sublinhou.
Esta situação, ainda de acordo com José Barata, não se deve somente à queda de chuvas acima do normal, mas também à actividade mineira que ocorre nas margens do rio Movene (afluente do rio Umbelúzi), resultando na emissão de poeiras que levam argila à estação.
“O processo de descargas reduz o tempo de distribuição. Há áreas que recebiam água 24 horas por dia, no âmbito do Programa Acelerado Integrado de Redução de Perdas (PAIRP). Já tínhamos iniciado nas zonas da Costa do Sol, Baixa da cidade, incluindo Alto-Maé, Tchumene, Campoane e Matola-Rio, mas com esta situação não nos é possível continuar porque reduzimos as horas de distribuição para conseguirmos manter o serviço”.
Num outro desenvolvimento, o vogal para a Área Técnica referiu que este processo tem causado prejuízos de vária ordem à empresa “pois a água que devia ser levada aos clientes é descartada”.
“Chamamos a isso de perdas no tratamento. Em média, perdemos um ou dois por cento, mas neste momento a média situa-se entre os 16 e 25 por cento do volume total de água captada. Para além disso, reforçámos o pessoal e contratámos pessoas das comunidades à volta da Estação de Tratamento para nos ajudar neste processo”, explicou José Barata, que disse esperar que as chuvas previstas para este fim-de-semana não criem constrangimentos, uma vez que “estamos a reduzir o nível de turvação. Estávamos na ordem de 100 por cento, mas baixamos para 30 por cento.